O precipício

Ando cansada da submissão, parece que você está tão longe de mim e o caos é uma teia sem fim. Me parece inútil as questões filosóficas se a morte é a única certeza, mas a fraqueza e o medo falam mais alto. Mas será que não vale mais a pena dizer te amo? Quem sabe? Talvez nossos destinos já estejam traçados como forma de sentença, e o viver esteja em decadência, onde a sobrevivência seja a única saída, uma sobrevivência medíocre e mórbida, mais dolorosa e perigosa que a própria morte, mas se for para ser assim, não hesitarei. Eu não consigo esconder, muito menos representar, o meu chão é você, mergulhei no desconhecido, me rendi totalmente, e nesse mergulho fui fechando os olhos sem sentir que estava caindo num precipício aterrador, e só pude sentir de forma demasiada, a dor, a única e certeira sensação que pude ter naquele momento. Talvez a estrada sem você seja mais insegura e escura, mas encontrei a cura. A estrada é turva mas sigo nela sem olhar pra trás.