Passo cada passo
Do estrago que foi feito do meu parto
Sangra-me vasto, amor escasso
Corpo violado, alma estuprada
Moro na pátria amada, de homens vis
Infelizes seres de esplêndidas almas hostis
Não sou da pátria, nem da mátria, eu quero viver na frátria
Da costela de adão, fui rejeição
Fada rosa com varinha de condão
Não quero ser não !
Pastor João me disse que mulher é pecado e perdição
Eu digo não, sua maldição faz-me forte
Sou Frida Kahlo de pele negra e corpo cheios de corte
Sou Joana Darc e Beth Lobo
Não é supresa sua mal querência
Pra viver, faço-me de fogo
Pra este jogo de pandemônios
Não faço coro, só vejo choros
Sou Cora Coralina, sou rainha e sou vadia.
ANÁLISE - CQC x Kultur
O CQC (Custe o Que Custar) é um programa humorístico que
teve sua origem na Argentina, criado pelo jornalista Mário Pergolini, que teve
como objetivo ironizar e denunciar fatos políticos e celebridades locais. O CQC
existe no Brasil desde 2008, e passa todas as segundas feiras, às 22h30 na rede
Bandeirantes de Televisão. O programa é liderado por Marcelo Taz, que
compõe a bancada junto com Oscar Filho e Marco Luque, os integrantes do grupo
são conhecidos também como os “Homens de Preto”.
O programa a princípio era de cunho humorístico, e de fato
não perdeu este foco, porém ainda cabe à ele outro gênero, o
humorístico/jornalístico, como têm sido definido, principalmente pelo fator do
infotenimento, palavra que se origina da junção das
palavras “informação” e “entretenimento”, celebrando a cada vez mais recorrente
utilização concomitante de diversão e notícia no texto jornalístico. O que
causa divergências entre jornalistas e teóricos, pelo modo de que as
informações são dadas ao público, com muita criticidade, mesmo que ainda muito
popularesca, mas sem critérios e em grande parte, sem neutralidade, o que para
muitos é o cerne do jornalismo idôneo, o que gera uma discussão interminável.
A partir daí, análise do CQC em relação a
Kultur fica mais fácil, já que este programa se baseia na cultura de onde é
sediada, no caso, o CQC do Brasil. Então há de termos o conceito de Kultur
constatado neste programa, pois como dito antes, o foco é a informação como
forma de sátira/ironia para denunciar e noticiar fatos regionais e nacionais.
Existe uma linha tênue entre Kultur e
Civilization no programa analisado, quando se faz a comparação entre o que
seria o ideal de cultura que daí simboliza o conceito francês sobre
“civilização”, mas aborda bastante a contrapartida, que seria o conceito alemão
Kultur, quando aborda opinativamente em comentários ou mesmo em reportagens de
eventos ou acontecimentos tipicamente brasileiros, como shows de axé, futebol e
inclusive o funk, embora o último aspecto que já é considerado patrimônio cultural
nosso, seja retratado de forma mais pejorativa em alguns momentos do programa,
realizando sátiras, mas também de forma enaltecedora, o que leva novamente a
dois extremos do conceito de cultura, ou seja, atende públicos alvos
aparentemente distantes. Há quadros do CQC que tentam expressar ou mostrar, por
exemplo, o tipo de atitude que o brasileiro tem, mesmo que exprima erroneamente
ou de certa forma preconceituosamente e inclusive culturalmente o rótulo que os
brasileiros têm lá fora, até aderindo de certa forma ao determinismo, o que
cria até um paradoxo entre ambos conceitos.
Um quadro que poderia exemplificar o que
foi dito no parágrafo anterior é o Teste
de Honestidade, quadro esse
que não faz mais parte do programa. Mas quando ainda era televisionado pelo
programa, consistia em testar a honestidade das pessoas, criando situações
armadas para checar o caráter do brasileiro, trazendo novamente a tona a imagem
do “brasileiro malandro”, característica que o próprio cidadão brasileiro adere
à sua cultura. E ainda neste programa podemos
exemplificar o quadro Proteste
Já, CQC no Congresso e o Top Five.
· é o quadro que segundo Marcelo Taz é um
dos que mais dão audiência, depois de Top Five.
E que leva a este resultado é vontade da
população em geral de tomar ou se empoderar de seus direitos. O cerne do quadro
é denunciar problemas de âmbito regional, que não foram resolvidos pelos órgãos
públicos responsáveis. Que faz levar o programa até o local para entrar em
contato e fazer lobby aos responsáveis para que estes problemas sejam sanados.
O que nos remete ao “Quarto poder”, que ultimamente tem se aderido à cultura de
alguns países do ocidente, como por exemplo, o EUA.
Análise - Jornal Agora
• Advogado de Ciclista diz: “[...] a lei é muito branda para os crimes de trânsito e culposos”.
• Desembargador Breno Guimarães diz na decisão que jovem não é criminoso e sua soltura não traz “risco à ordem pública”, alegando também que “a forma como se deram os fatos indica tratar-se de fato isolado.”
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