Carta em apoio à Marcha das Vadias-RJ


Por meio desta carta manifestamos nosso apoio à Marcha das Vadias do RJ, denunciando as violentas retaliações que culminam em ameaças de morte, que as militantes Rogéria Peixinho, Danielle Miranda e Nataraj Trinta têm sofrido. Colocamos aqui também, nosso repúdio às grandes mídias, principalmente às televisivas, que não se dão ao trabalho de noticiar violências como esta. Mas que em contrapartida, veiculam massivamente “notícias” relacionadas a JMJ e ao Papa, de forma tendenciosa e que vai contra aos princípios de neutralidade jornalística, em que simultaneamente demonizam o movimento feminista, como o fato que ocorreu no dia 27 de julho.

Sabemos, também, que as performances com objetos religiosos, não foram organizadas pela Marcha das Vadias – RJ, já que o protesto é um ato de cunho libertário, e logo aberto a quem se identifique à causa, ou seja, usaram desta ação independente para deslegitimar a marcha, que em sua ideologia, não prega de forma alguma a intolerância religiosa, inclusive, sabemos que a Marcha tem apoio das Católicas pelo Direito de Decidir, “organização não governamental feminista. Busca a justiça social, o diálogo inter-religioso e a mudança dos padrões culturais e religiosos que cerceiam a autonomia e a liberdade das mulheres, especialmente no exercício da sexualidade e da reprodução.”

Enquanto Promotoras Legais Populares, ratificamos nosso compromisso com a liberdade de expressão artística, religiosa, de consciência, de pensamento, de crítica, de vestimenta, e todas as liberdades civis individuais e coletivas garantidas pela Constituição Cidadã de 1988, e é por isso, a luta do movimento feminista, em prol de uma igualdade efetiva de direitos entre homens e mulheres, porque um movimento como a Marcha das Vadias é de extrema importância para a desconstrução de uma ideologia patriarcal e sexista. Tal ação de extrema intolerância, velada pela grande imprensa, nada mais é, do que o resultado de uma sociedade misógina e machista, e é por isso que  marchamos e marcharemos!

 

 

Promotoras Legais Populares de São Paulo

 

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Sobre a Marcha das Vadias/Rj e pressão religiosa

Não acho que um símbolo católico, que só tem significado para tal religião ser quebrado por pessoas que não creem naquilo seja desrespeito ou intolerância, a marcha estava acontecendo em um local público, a rua, e esses símbolos ao menos estavam dentro de um centro religioso. Porque se for pra deslegitimar o protesto e a marcha, vamos também deslegitimar por exemplo, a religião evangélica que tem ...ido ás ruas atualmente, com marchas intituladas "A favor da família", com pautas ao meu ver, intolerantes (quem quiser pode pesquisar pra confirmar que não estou errada), que na boa não levam em conta nenhum direito humano, que renegam qualquer pessoa esteja fora dos padrões institucionais evangélicos, que em pura arrogância querem por que querem tornar a homossexualidade doença.

Intolerância religiosa só se dá quando sua "FÉ" impõe valores religiosos, que agora viraram SENSO COMUM, e afeta negativamente a vida de outras pessoas, por exemplo, quando de instaura a homofobia, usando argumentos do tipo: " homossexualidade é do diabo, não vão pro céu", ou até mesmo quando limita a liberdade da mulher ao seu corpo, quando se condena de forma tão voraz o aborto de um feto de 12ª semana de gestação, que não tem nem atividade cerebral,
devido a um sistema ainda muito primitivo para tal função. Quando se profere um absurdo desses dentro de uma instituição religiosa, já é foda p/ caralho, porque já cria uma puta de uma segregação, excluindo aqueles que poderiam e gostariam de frequentar a igreja e religião da forma que melhor se sentir. Agora estender esses valores à um Estado "laico", já é patifaria das brabas!

E outra, preciso dizer para aqueles que acreditam veemente que com esta Marcha tão "desrespeitosa" o Movimento se enfraquecerá e sofrerá repúdio da mídia em geral. Caros, não sejamos ingênuos, desde quando a mídia foi a favor do feminismo e das reivindicações que temos? Ainda mais uma Globo da vida, que me pareceu ter fechado um contrato com o santíssimo Papa.

Eu participo da Marchas das Vadias de Sp, e nunca vi uma notinha se quer sobre o ato, mas é claro que esses jornais 'laicos', 'neutros' e blabla wikasashê não poderiam de forma alguma deixar de noticiar em primeira mão algo como este, afinal estava acontecendo a JMJ e nada poderia atrapalhar um evento tão lindo, cerimonioso e cristão como esse não é?

Intolerância religiosa é difamar outras religiões, principalmente as de vertentes africanas em programas televisivos, criando estereótipos preconceituosos, quando usa-se a palavra MACUMBA, de forma totalmente errônea e satirizada, em prol do "HUMOR". Já coloco aqui o nome de uns dos N programas que ridicularizam estas religiões, como por exemplo o Zorra Total, que de fato é uma zorra, que põe o pobre, o negro, o gay algumas religiões, desde a criação de seu programa, pra lá da linha da marginalização, exclusão e etc ...

Então eu digo: Abaixo a repressão religiosa e nos deixei livres para que possamos protestar. O respeito deve imperar em todas as partes!