A periferia grita!



A periferia grita

Entre becos e esquinas
A favela rima, cria e recria
Na tal cidade cosmopolita
E o povo à gritar
Recitar, cantar, à acreditar ...

Na escrita, na fala, no grafite
A arte da rua denuncia a falcatrua
A podridão nua e crua
almejando a cura

Sobreviver está no sangue
No morro, eu morro
Nos compelem
A gente expele e repele

Tá no sangue, na cor da pele
Negritude, atitude, juventude
Negação, NegrAÇÃO, deNEGRIr?
Querem excluir nos ferir, inquerir

Querem nos furtar a cor, a raça
Inquisição da desgraça
Essa polícia que nos mata

São vários manos, vários desenganos
A favela é forte, mas tem passaporte pra morte
Então não cale, não fuja, grite se tiver sorte!