Feminismo para quê?

  Então para quer serve o feminismo mesmo? Ao contrário do que acham os machistas, o movimento não é uma guerra declarada aos homens, mas sim um nítido grito por igualdade, que se estende em forma de luta, protesto e muitas protagonistas fazendo política. Me perdoem aqueles e aquelas que sabem o que é ser feminista, mas é que ouço tantas definições torpes e preconceituosas por aí que achei super, mega necessário pô-la aqui.

  Ser feminista antes de tudo é resgatar e lutar para garantir nossos direitos, que têm sido negados e rechaçados a anos, foi por este movimento que existe desde que o mundo é mundo, que conquistamos vários direitos até então, mesmo com a dificuldade e todo machismo institucional existente.

  Logo, o movimento é extremamente legítimo e louvável, embora AINDA seja bem difícil ser feminista nos dias de hoje, me parece que, quando nos intitulamos feministas, já recai olhares às vezes raivosos ou debochados, como se fosse patético mulheres fazerem parte de um movimento que requer fazer política. E esses olhares vêm até mesmo do próprio partido da qual uma militante partidária é filiada e/ou parlamentar, mas o machismo está impregnado em diversos aspectos de nossa sociedade patriarcal. Do assédio que muitos alegam ser ‘elogios’, quando, por exemplo, nos chamam de gostosas nos coisificando a uma simples carne e por sina da barata; até mesmo à  privação de liberdade ao nosso corpo, inferiorização do trabalho da mulher, projetando em nós padrões físicos, morais e/ou intelectuais, nos privando até mesmo de nossa sexualidade, o que nos faz ouvir com muita frequência frases decadentes do  tipo: “ Se não for assim, não é mulher que preste!”, e por fim ao nosso GENOCÍDIO, que em sua grande maioria começa em casa, pelos ditos maridos; daí se dá a violência doméstica, que é crime. - planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm – Lei Maria da Penha.

  Ouço por algumas pessoas também o seguinte clichê: “Todo homem é machista, nossa sociedade é machista, nasceu com pênis já era, é inevitável não ser, fomos criados assim, um homem que diz não ser machista é hipócrita.” Ai senhor, meu ouvidos doem, mas beleza, vamos esclarecer as coisas. Primeiro, que você, pessoa que diz uma coisa dessas, de certo é leviano para dizer algo assim, vivermos numa sociedade patriarcal não é justificativa para o seu machismo querido(a).Segundo que estudar é bom, para desconstruir essa estrutura que afeta o mundo todo, sabe quando dizem, “a educação é a base de tudo”? Pois é, a afirmação é verdadeira; participe de debates, leia livros sobre a questão, analise; não saia julgando tudo, se achando o dono do saber, aliás este é um grande problema dos preconceituosos em geral, são arrogantes demais para se perceberem. Então vos digo, o pior ignorante é aquele que se acomoda em sua ignorância intrínseca e a usa para proferir inverdades.

  Coloco em pauta também a criminalização do aborto, voltando ao ponto x, que nos põem novamente na figura de um ser procriador apenas. É óbvio que qualquer mulher em sã consciência não quer fazer o aborto, por N motivos, principalmente pela complicação e risco de fazê-lo. A questão não é aceitar, ser a favor ou contra o aborto, mas sim não criminalizá-lo, por em pauta a legalização do mesmo. Já que é de conhecimento de todos, e se não for, cá estou para informa-lhes, que um feto até a 12ª semana de gestação não tem atividade cerebral por ser portador de um sistema ainda extremamente primitivo para tal função.

Está aí um profissional idôneo e reconhecido, que pode ajudá-los a refletir sobre a legalização: “Não há princípios morais ou filosóficos que justifiquem o sofrimento e morte de tantas meninas e mães de famílias de baixa renda no Brasil. É fácil proibir o abortamento, enquanto esperamos o consenso de todos os brasileiros a respeito do instante em que a alma se instala num agrupamento de células embrionárias, quando quem está morrendo são as filhas dos outros. Os legisladores precisam abandonar a imobilidade e encarar o aborto como um problema grave de saúde pública, que exige solução urgente.”, Drauzio Varella.

  Ou seja, o que nos resta é nos empoderar de nossos direitos e fazer com que se concretizem, através de pressão, protestos e etc. Só fazendo muita política é que atingiremos nossos objetivos, que deveriam ser vistos como simplórios e HUMANOS, já que o corpo de cada mulher, pertence pura e simplesmente à ela.

 Espero ter colocado, mesmo que de forma resumida, o que considero ser feminista e como isso é para mim. Ser feminista é quebrar tabus e preconceitos, mas antes de tudo, é lutar pela equidade de direitos entre homens e mulheres. Entendeu agora o porque do movimento? Então para fechar a discussão: Sou feminista baby, e isso é intrínseco a mim, desde que nasci ;)


“Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.” Simone de Beauvoir

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